quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Boa Vistinha

Os sentimentos telúricos realçam a saudade de um tempo passado de tanto tempo que já nem consigo lembrar. Permanece uma raiz, a da Boa Vistinha do Meleiro, antes Araranguá, para mim Boa Vistinha sempre.

Se a memória minha não alcança os primeiros passos na bucólica localidade, ainda hoje intocada pelo terrível "progresso", penso ser improvável registrar, aqui ou em qualquer outro lugar, impressões do que vivi e senti naquela época.

Mas, engraçado, parece-me ter sido sempre isto que fiz. Vivido na Boa Vistinha do Meleiro, meu lugar, minha terra.

Quem sabe minha alma proclame o sentimento e o faça refluir para a minha mente, alimentando os poucos neurônios que ainda me restam com isto que vejo a todo instante desfilar ante meus olhos: mamãe jogando milho pras galinhas, papai ordenando os cuidados com o Rozilho (nosso cavalo) e com a Barrosa (nossa vaca) ou passando instruções aos manos para buscar algo na Sanga da Perdida, nosso sítio noutro ponto da Boa Vistinha.

Me escapa a convivência com os irmãos. O mundo deles era outro.

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